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Quem sou eu?

Na verdade, não sei muito bem quem sou.

Sei que sou o que sinto, do tamanho do que sinto.

Sinto-me viver vidas alheias.

Sinto as dores de quem nem está sentindo, mas eu sinto.

Sou o correr de uma lágrima, antes mesmo de chorar.

Sou um aglomerado de emoções.

Sou lamentos dos meus sofrimentos.

Sou pensamentos e pensamentos.

Sou reflexo das minhas atitudes.

Sou momento.

Sou o esquecer e o lembrar.

Sou a indagação da vida, sou ferida.

Sou o defender, o acusar.

Sou o conhecer do eu diferente.

Sou valente.

Eu sou transformação.

Sou a pessoa mais solitária do mundo,

Mas que nunca fica sozinha.

Sou a pessoa mais forte do mundo.

Mas que está sempre com medo.

Sou o exaltar das minhas realizações.

Sou mãe, sou filha, sou avó.

Sou o encontro de mim, comigo mesmo.

Sou o que sou, me orgulho muito de tudo que sou.

Enide Santos

11/11/2012

Epístola - 04

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Fragmentos de mim

 

Cultive, depois extermine.

Crie em seguida elimine.

Edifique, e logo após aniquile.

Como é difícil fingir não sentir.

Mais difícil ainda é ter que acordar todos os dias

Com um único propósito de exterminar o que se sente.

Buscamos tanto os bons sentimentos.

Curtimos tanto quando os sentimos.

Como é difícil extirpar com um bom sentimento.

Ás vezes é necessário, quando ele não é bem aceito.

Quando não pode ser aceito.

Como matar o amor?

Tantos outros sentimentos ruins,

Aqueles que sim, deveriam ter um fim.

Mas não o amor!

Tão difícil matar,

Tão difícil para de sentir

Mas não tem saída, não!

Banir é a única solução.