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Quem sou eu?

Na verdade, não sei muito bem quem sou.

Sei que sou o que sinto, do tamanho do que sinto.

Sinto-me viver vidas alheias.

Sinto as dores de quem nem está sentindo, mas eu sinto.

Sou o correr de uma lágrima, antes mesmo de chorar.

Sou um aglomerado de emoções.

Sou lamentos dos meus sofrimentos.

Sou pensamentos e pensamentos.

Sou reflexo das minhas atitudes.

Sou momento.

Sou o esquecer e o lembrar.

Sou a indagação da vida, sou ferida.

Sou o defender, o acusar.

Sou o conhecer do eu diferente.

Sou valente.

Eu sou transformação.

Sou a pessoa mais solitária do mundo,

Mas que nunca fica sozinha.

Sou a pessoa mais forte do mundo.

Mas que está sempre com medo.

Sou o exaltar das minhas realizações.

Sou mãe, sou filha, sou avó.

Sou o encontro de mim, comigo mesmo.

Sou o que sou, me orgulho muito de tudo que sou.

Enide Santos

23/11/2012

Poeta poesia

Poeta poesia

Talvez por gostarmos de poesias

Nossos sentimentos são mais intensos.

Nossa audição tem desejos

O nosso olfato tem sonhos

Nossa visão é cega e imaginaria.

O som da nossa voz são as letras.

Os nossos sentimentos não nos pertencem.

Doamos muitos a cada poesia.

Motivamos novos sem que percebamos

Mas como tudo no mundo

O poeta não poderia ser diferente

Ele se doa a um sentir, seu e de outrem.

Mas quer reparas, que quase nunca vem.

Quer que retorne para si em forma de compreensão.

Pode até não perceber

Mas anseia o retorno do seu sentir.

Não o retorno da dor, que poesia já virou.

Quer os sentimentos que a poesia causou.

Mesmo sabendo de sua imaterialidade.

Quer que seu sentir seja palpável, concreto, sólido.

Para assim poder decidir se o quer ou não em si.