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Quem sou eu?

Na verdade, não sei muito bem quem sou.

Sei que sou o que sinto, do tamanho do que sinto.

Sinto-me viver vidas alheias.

Sinto as dores de quem nem está sentindo, mas eu sinto.

Sou o correr de uma lágrima, antes mesmo de chorar.

Sou um aglomerado de emoções.

Sou lamentos dos meus sofrimentos.

Sou pensamentos e pensamentos.

Sou reflexo das minhas atitudes.

Sou momento.

Sou o esquecer e o lembrar.

Sou a indagação da vida, sou ferida.

Sou o defender, o acusar.

Sou o conhecer do eu diferente.

Sou valente.

Eu sou transformação.

Sou a pessoa mais solitária do mundo,

Mas que nunca fica sozinha.

Sou a pessoa mais forte do mundo.

Mas que está sempre com medo.

Sou o exaltar das minhas realizações.

Sou mãe, sou filha, sou avó.

Sou o encontro de mim, comigo mesmo.

Sou o que sou, me orgulho muito de tudo que sou.

Enide Santos

24/06/2012

Proibida de ser mãe



É incrível como já chorei por você.
Vivo na espera de ser vista novamente por você.
Você não me dá nem um motivo para achar que faço falta em sua vida.
Mais eu sei que faço, tenho certeza que sente minha falta.
Você ainda não sabe, mas um dia vai saber.
Tenta demonstrar o tempo inteiro que é mais feliz longe de mim.
Eu não entendo como podemos chegar a esta situação.
Sei que sempre te amei, nunca te maltratei.
Não te obriguei a nada, te cuidei, te protegi.
O que faltou? 
Sempre procurei ser compreensiva.
Onde errei?
Porque te perdi?
Porque tenho que deixar de ser sua mãe?
Fui proibida de te educar, como se eu tivesse cometido um crime.
Fui proibida de ser a única coisa que me propus ser.
E dói muito, como dói.
Eu poderia ter mil filhos, mais cada um seria cada um.
Procurei tanto ensiná-las a se proteger dos outros.
Esqueci-me de ensiná-las a se proteger de si mesmas.
Será que este foi meu erro?
Não sei onde errei, não sei o que fiz de errado.
Não consegui fazer você confiar em mim.
Sei que te amo, minha princesa, e sempre vou te amar.