Descrevendo pensamentos para entender sentimentos. Na criação de "Meu toque" estou tendo a oportunidade de aprender, de criar e de tornar-me um ser melhor, eu espero que cada letra contida neste espaço transmita para todos que aqui visitar um toque de "vida" um toque de "amor" e que ao saírem deste humilde espaço tenham a certeza de levarem consigo um toque de "Deus". Obrigada pela visita.
Quem sou eu?
Na verdade, não sei muito bem quem sou.
Sei que sou o que sinto, do tamanho do que sinto.
Sinto-me viver vidas alheias.
Sinto as dores de quem nem está sentindo, mas eu sinto.
Sou o correr de uma lágrima, antes mesmo de chorar.
Sou um aglomerado de emoções.
Sou lamentos dos meus sofrimentos.
Sou pensamentos e pensamentos.
Sou reflexo das minhas atitudes.
Sou momento.
Sou o esquecer e o lembrar.
Sou a indagação da vida, sou ferida.
Sou o defender, o acusar.
Sou o conhecer do eu diferente.
Sou valente.
Eu sou transformação.
Sou a pessoa mais solitária do mundo,
Mas que nunca fica sozinha.
Sou a pessoa mais forte do mundo.
Mas que está sempre com medo.
Sou o exaltar das minhas realizações.
Sou mãe, sou filha, sou avó.
Sou o encontro de mim, comigo mesmo.
Sou o que sou, me orgulho muito de tudo que sou.
Enide Santos
08/02/2016
Nada sou
24/01/2016
Névoas e dores
Seu meu afeto
11/01/2016
Ela
07/01/2016
Pobre de mim!
29/12/2015
Total
Bebeu
Soluços
Gole por gole
Ingeriu
Palavras
Letra por letra
Inalou horas
Tic e Tac
Tragou
Sons
Alfa e Ômega
Solveu
A vida
Yin-yang
Só o futuro
Devolveu.
Enide Santos 23/12/15
O último passo do destino
A terra que cobrirá meu corpo
Esta me chamando.
Espreitando-me sem cessar
Os vermes já me rondam
Como que se, minha sorte pudessem tirar.
Diante disso, vou traficando dias
vomitando de mim agonias
Cessarei assim desinibida de mim
Derramando palavras em sulcos
Adiando com versos meu fim.
A fase final das horas sorri olhando-me
Aproxima-se o cessar
Distanciam-se os sons dos meus suspiros
Não há gestação de dias
A fome do fogo da vida, saciada, chora
Murcha como flor, sem culpa
Completo minha caminhada
Deixando-me ainda aqui.
Enide Santos 29/12/15
Aquarela
Abrindo agora a janela
Donde vejo a vida
Nova e fresca é ela
Pintura recém-nascida
Não há esboço nem trela
Só há tutela na lida
Abrindo agora a janela
Donde vejo a vida.
(di)vagar em sentinela
Imagem jamais repetida
Pintada por Deus aquarela
Fonte que nunca se finda
Abrindo agora a janela.
Enide Santos 27/12/15
11/12/2015
Remendo de capim
10/12/2015
Mode que será?
03/12/2015
Deitada a beira da pedra gelada
A beira da pedra gelada, deitada
Vestida apenas de anágua
Olhos acesos, como lamparinas
Velando a dor que a aniquila
Encolhendo-se em seu centro
Precisando da saudade
Dor na pele já não há mais
Só a alma que aos poucos se desfaz
Deitada a beira da pedra gelada
Do corpo já esquiva o calor
Em repouso o mundo deixou
Distanciando de si definhou.
Enide Santos 04/12/15
01/12/2015
Escrever
Escrever é deixar cair a voz
No abismo absoluto do ser
É desvanecer do instante
Permutar-se em pensamentos
Escrever é despertar a alma
Amparando-a para que se mostre
Incitando-a retratar seu lascivo tecido
Assinando assim o construir de todo seu possível
Escrever, escolher ditos
Para que unidos sejam sons de gritos.
É o poder de acariciar a existência
E nela imprimir razões e emoções.
Escrever é respirar com as mãos.
Enide Santos 01/12/15
24/11/2015
Deambulo
Derramando-me entre os campos e as florestas
Perfuro com fome o passado
Entre os tempos e as horas certas
Vou debulhando-me como flores que viram cisco
Vou reparando em tudo sem saber o que dizer
Vou vertendo-me devagar, sem prever.
E em cada suspiro que dou, deambulo.
Buscando incessantemente por ti, amor.
Enide Santos 20/11/15
Deambular
Diante Do Direito De Devanear
Decidi Deletar Distâncias
Depois, Demoli Dias Difíceis.
Descortinando Duras Duvidas.
Destemida Deixei-me Divagar
Degustei Delírios Divinos
Deslumbrada, Deambulei
Enide Santos 20/11/15
Deambular
Deixou pegadas sem destino
Emasculado vagueou
Alma e corpo feridos
Marionete do destino se tornou
Banido dos desejos, fora.
Usurpado sem perdão
Lápide sem inscrição é seu coração.
Abdicando de viver
Rompe o tempo sem perceber.
Enide Santos 16/11/15
Deambule
Descortinando de vez a rispidez do medo
Descansa teus olhos em mim
Desvista para sempre deste adeus
Domando qualquer melancolia
Desenhe fronteiras e ilhas, deambule.
Despeje este grito trêmulo em meus ouvidos
Dando luz a sua eterna fantasia.
Enide Santos 20/11/15
06/09/2015
Epístola 21
São Paulo, 01 de setembro de 2015.
Fragmentos de mim.
Enide Santos (Poções, 30 de outubro de 1968).
Decidi que não quero ir para sempre, e para isso me propus a criar o caminho que me fará permanecer, pois de alguma forma quero ficar.
Hoje tudo que tenho é tudo que sinto e é este o meu passaporte para alçar meu principal voo. A liberdade de estar depois de ir.
Para chegar onde quero preciso trespassar o tempo, necessito de conhecimento e principalmente da intimidade com o entendimento, porém jamais saberei se cheguei, mas ao menos saberão que tentei.
O que mais me é necessário hoje é que me deem amanhã, hoje convém plantar-me no futuro sem mim o qual jamais saberei se brotei.
Não quero apenas tornar-me leve e simplesmente ser levada pelos ventos, quero jazer-me em negrito ou itálico quero ser grifo.
Habita-me o conteúdo ao qual almejo aprimora-lo e intensifica-lo, para que não se desfaça facilmente.
Pretensão de minha parte? Sim, sei que sim, mas se eu não fizer por mim como poderei dizer para que façam por si se é para isso que estamos aqui!
Nascer não é apenas para viver por viver, nascer é o principio de se fazer.
Neste contexto, dedico minha vida a construção de minha morte, a sua eterna gestação de mim.
Enide Santos 01/09/2015.
26/08/2015
Só
A palavra que contém em si
Tudo que sou
Tudo que almejo
Tudo que amo e odeio
Verbo que de seu ventre
Verte infindas lágrimas
E com seus risos
Afugenta minhas farpas
Termo clandestino
Sabotador de instintos
Mutila sinas
Não economiza rixas
Só estando só
Que toda a realidade olha pra mim
Descobrindo-me da ilusão
De que já ao nascer sou solidão.
Enide Santos 2608/15
01/08/2015
Dor fresca na memória
Talvez eu não deva morrer
31/07/2015
Na ponta da língua
20/07/2015
Ah, meu amor!
11/07/2015
Sê meu rei
01/07/2015
Sabe por quê?
Hoje pedi perdão a Deus
16/06/2015
Despida de ti
Venha comigo
03/06/2015
Adeus
27/05/2015
Moça bonita
01/05/2015
Minha Paixão
O alimento da felicidade,
Iguaria que mantém a sobriedade.
Manjar da sorte da necessidade.
O sustento da minha imensidade.
Enche-me de melodia
Satura-me de sabedoria
Satisfaz minha alegria.
Me farta de poesia.
Abranda meu enleio
Adormece meu receio
Modera-me o floreio
Sossegando meu anseio.
Minha doce inspiração
Meu amor
Minha paixão
Enide Santos 01/05/15
29/03/2015
Ambos somos felizes quando nos amamos
Ambos somos felizes quando nos amamos
Ah, meu amor!
Ah, meu amado!
E assim:
Enxugo os olhos do riso que te dei
Toldo de horas
Com os momentos que cavei
Banho-me na sensação do teu olhar
Dou-me de presente o teu respirar
Ambos somos felizes quando nos amamos
Com o liquido da noite
Com o qual se banham as florestas
Eu me exibo
Eu me testo
O cio lentamente passa
Não para
Atravessa
Exala.
E assim:
Somos igualmente amados
Saciados um do outro
Nesta noite
Neste esboço.
Enide Santos 29/03/15
26/03/2015
A peça que dentro da noite o tempo forjou.
Hoje voltei àquela noite
sentei-me ao lado de nós.
Mal pude me conter
assim que vi você.
Parecia ter o mundo em tuas mãos
e o dava inteiro a mim.
Extasiada pelo momento
nada pude e nem poderia dizer
por que palavra alguma
jamais caberia ali
entre eu e você.
Hoje voltei àquela noite
sentei-me ao lado de nós.
O tempo parou
delicadamente, sem pressa,
fora esculpindo naquela noite
os trajes que hoje me visto.
Agora choro, não sei bem porque
talvez por não poder possuir
a peça que dentro da noite o tempo forjou.
Hoje voltei àquele momento
em que você me presenteou com uma noite.
Sem lua, sem estrelas
Uma noite de pele nua,
Tão minha
Tão tua.
Há ainda o eco de tua voz a dizer:
Guarde está noite
Onde apenas existe eu e você.
Enide Santos 26/03/15
07/03/2015
Acordo dentro do meu sono eterno
Acordo dentro do meu sono eterno
buscando ainda os pulsos de meu coração
vejo que minha vida não foi esperta
que fora banida de mim
Sem resgate, sem regresso
Ainda ontem eu tive um ontem
e não mais o terei.
não haverão mais lágrimas
nem risos
não existiram mais sons
Apenas respingos de mim
bordados, grafados
preto no branco
pedras, montanhas, lembranças
ódio ou amor tudo agora dorme comigo
Não vomito mais cólera
já não deserdo minha história.
já não acordo os meus sonhos
não os ouço mais se mordendo dentro de mim
não mais posso entreter o tempo
nem escutar o vento.
Não há ar
Não há dor
Nem silêncio há
Nem mesmo a solidão,
faz reivindicação.
É, é no instante do esquecimento,
que mais me entendo.
Enide Santos 07/03/15
04/03/2015
Por que te admiras José?
Por que te admiras José,
Quando falo quem tu és?
És um carpinteiro de almas
Delineador de histórias,
Fazedor de memórias.
Tu não sabes quem tu és, José?
Tu, dentro de ti não te podes ver.
A tua boca derriba o mal
O teu olhar espelha o matinal.
Oh, Jose! Por que te admiras?
Se as obras de suas mãos
Converteu-as em pão.
E por uma longa temporada
Alimentou a luz de nossa estrada.
Homem escultor de muleta
Esculpidor de profeta
Orientador, educador
Do nosso senhor, fora tutor.
Por que te admiras homem de fé
Se pelo verbo encarnado
Fora por pai adotado?
Enide Santos 04/03/15
27/02/2015
No fundo do coração do tempo
Lá no fundo do coração do tempo
Há a alma do esquecimento
Onde se ouve o choro do lamento.
Onde os passos da noite, não são insônia.
E os pesadelos dos sonhos, sonham.
Lá no fundo sem fundo.
Assenta o pó do tudo.
E em suas nervuras ancestrais
Arrastam-se defuntos de horas e de ais.
Calado sem soluços sem protestar
O tempo tatua em seu corpo
Cada hora que não mais voltará.
Rege com destreza seu estar
E estando em harmonia vê-se passar
Não faz distinção de nada
Não se importa se é caminho ou estrada
Atravessa
Corre
Cruza
Galga
Tapa a boca da vida e mais nada.
Enide Santos 27/02/15
16/02/2015
Alma amputada
Está tão longe de eu poder ser o que você quer.
Sendo assim vejo-te seguir teu caminho e deixando-me aqui.
Já começo ao acordar pela manhã dando-me consciência de que você ainda está presente em meu coração e não mais diante de meus olhos.
Antes mesmo que se vá, eu já me vou para a dor de estar sem você, já amputo a minha alma sem nada dizer.
Antes mesmo que se vá de mim, já choro a dor de sua ausência, já lamento ser passado em sua existência.
Eu também mato momentos bons, jogo fora partes de vida que normalmente não se desperdiça, pois sei o tamanho deste amor em mim, sei da dor que se o perder vou sentir.
É, é mesmo assim, é por medo de não resistir tamanha dor morando em mim, que desde já
Abasteço-me de tudo de você.
Quando te beijo, te beijo mesmo com todo o meu ser.
Quando te amo, te amo mesmo com toda minha alma antes de ela ser amputada.
Enide Santos 16/02/15
14/02/2015
Recolhida no silêncio
Esgarçadas já estão às horas
Já ceou o tempo
Já bebeu de meu pensamento
Agora sou como raiz, sem flor.
Já o cheiro do amor se foi
As frescas horas não têm mais suas labaredas
Não há mais manutenção para a ilusão
Resta-me o ranho da alma
O perene som de antigas gargalhadas
Sou fragmento dos outros que fui
Quanta vez o meus olhos sequei
E impregnada de vida, lutei!
Ai de mim...
Que sou apenas volta antes de me ir
Que já manca minha dor e cai ao chão
E no seio da absoluta
Já não mais há luta.
Já me vou, mesmo sem saber ir.
Enide Santos 14/02/15
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