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Quem sou eu?

Na verdade, não sei muito bem quem sou.

Sei que sou o que sinto, do tamanho do que sinto.

Sinto-me viver vidas alheias.

Sinto as dores de quem nem está sentindo, mas eu sinto.

Sou o correr de uma lágrima, antes mesmo de chorar.

Sou um aglomerado de emoções.

Sou lamentos dos meus sofrimentos.

Sou pensamentos e pensamentos.

Sou reflexo das minhas atitudes.

Sou momento.

Sou o esquecer e o lembrar.

Sou a indagação da vida, sou ferida.

Sou o defender, o acusar.

Sou o conhecer do eu diferente.

Sou valente.

Eu sou transformação.

Sou a pessoa mais solitária do mundo,

Mas que nunca fica sozinha.

Sou a pessoa mais forte do mundo.

Mas que está sempre com medo.

Sou o exaltar das minhas realizações.

Sou mãe, sou filha, sou avó.

Sou o encontro de mim, comigo mesmo.

Sou o que sou, me orgulho muito de tudo que sou.

Enide Santos

27/01/2015

Fim de uma saudade.

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Sangrando e calada

Ao lado, sua mala.

De mãos postas clamando

Gemendo e chorando.

 

Absoluta em antigas horas

Agora, apoia-se ao chão

Insistente implora.

Um tiquinho de compaixão.

 

E no rastro da morte

Dolorosa é sua sorte

Aguardando consumação

Eis ai, uma saudade em vão.

 

Enide Santos 27/01/15

24/01/2015

Pode até gostar

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O pássaro pode não gostar,

do céu que tem para voar.

Pode não gostar,

do som que faz ao cantar.

E voa e canta.

 

A flor pode não gostar

da sua cor ou do solo em que está.

Pode não gostar de o sol a tocar.

de a chuva a molhar.

E perfuma e encanta.

 

A água pode querer aquietar-se.

pode não gostar de espelhar.

Pode ser que não queira se ver

Não queira se exalar se libertar.

Talvez prefira ser contida.

E molha e evapora.

 

Ele pode não gostar dele.

Pode não gostar de forjar dias,

e bramir com noites.

Pode não gostar de rasurar a vida,

Mas mora nela e a edifica.

E dorme e acorda.

 

Enide Santos 25/01/15

Não me impeças de chorar

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Não me impeças de chora

Chorar não é sinônimo de fraqueza

Sinônimo de fraqueza é covardia.

E nesta guerra diária que luto dentro de mim

 

Apenas o choro é meu refúgio

Não me impeças de chorar

Porque tenho a coragem de saber de minhas fraquezas

E que na busca para vencê-las

Danifico parte de minha alma

E só com lágrimas posso purifica-la

 

Nem se atreva a tentar me impedir de chorar

Porque és tu que não suportas

Ser a fonte de este meu prantear.

Não me iniba...

Não me detenhas...

Apenas observe e absorva.

Como uma faz uma fera para se recuperar.

 

Enide Santos 24/01/15

11/01/2015

É preciso aprender ser só

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É preciso aprender

Ser só

Estar só

Não é o que queremos

Não é o que sonhamos

Mas se temos que passar por isso

Então façamos ser da melhor forma possível.

 

Em meus dias de ilha

Em tempos repletos de abismos

Visto a minha fragilidade do avesso

Para que a vida retorne aos meus olhos

Isso com muita sutileza

Para não ferir meu silêncio.

Careço também dele

Mas demarco fronteiras

 

Enclausuro a dor em lembranças.

E na brusquidão destes dias

Dou-me o direito de ser imensidão

Dou-me o direito der ser fenda

Para que escoe de mim

A aversão que sinto pela solidão.

 

Enide Santos 01/01/15

Para: Unknown

Epístola – 20

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São Paulo, 11 de janeiro de 2015.

Fragmentos de mim

A primeira vez que nos possuímos, foi uma experiência incrível.

Incrível mesmo, pois você não sabia, mas estava realizando alguns dos sonhos a muito desejados por mim, é por isso que faço questão que saiba o quanto fora importante.

Desde que nos conhecemos eu percebi que poderia mesmo realizar sonhos.

Poder amar você já era a realização de um sonho.

Descobri que você possui a mesma estatura que o homem dos meus sonhos.

Que os encaixes de seus braços moldam meu corpo com perfeição, idêntica aos dele.

Você exibe o mesmo tom de voz, a mesma textura na pele, o mesmo fascínio em locomover-se, a mesma forma de me olhar, banha meu corpo fitando-me.

O meu lugar preferido de todo o mundo, pertence ao homem dos meus sonhos.

É um lugar aconchegante onde me sinto protegida tanto o corpo como a alma,

e você é portador de algo semelhante.

Ao tocar-te, beijar-te, olhar-te a mesma sensação me toma o ar, igualzinho, igualzinho ao homem do meu sonhar.

Há um oásis em minha realidade que difere o meu desejo de sonhar.

Como pode na realidade não me amar, se em meus sonhos sou eu quem lhe toma o ar?

 

Enide Santos 11/01/15

04/01/2015

Do coração da poesia

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É do coração da poesia

Que ouço os mais belos gritos.

E dos seus segredos

Colho pequenos viscos.

 

Há um oásis no tempo

Em que o verso se cria

E desta fonte de redenção

Despe-se o sentir da emoção

 

Toma-me, ó dor de poesia,

Inflama-me o corpo

Revista-o,

Soterra-o de amor.

 

Debulha este meu sofrer

Deixe-me em teus braços enternecer.

Doa-me seus rios

Infeste em mim seus brios

 

Empresta-me a tua cor

O teu semblante

O teu olor.

Resgata-me desta ilha

 

Regozija o meu falar

Apure o meu paladar.

Deixe o teu coração, ó poesia!

Com o meu orar.

 

Enide Santos 04/01/15

27/12/2014

Foi só o sentimento que vazou

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Desculpe-me...

Por este meu suspiro forte...

Por minha voz embargar...

Por meu corpo tremer...

Minha mão transpirar.

 

Perdoe esta minha saudade,

Que tanta força faz pra te chamar.

Banha-me de silêncio

Para apenas o pensamento exaltar.

 

Absolva este meu desejo veemente

Que por vezes, é vil e imprudente.

Que rasga as paredes de o meu ser

E o teu corpo, o tempo todo quer ter.

 

Atenue, alivie, amenize

Não foi por querer

Foi o sentimento que vazou

Procurando por você.

 

Enide Santos 2712/14

21/12/2014

Meu primeiro refúgio

Feliz aniversário Minha MAMÃE

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Meu primeiro refúgio

Minha perfeita morada

Diante dos teus olhos

Principiei a caminhada

 

Sua voz ainda é música

Ecoa dentro de mim

Ah, minha mãe querida!

Não entendo porque cresci

 

Ainda sinto o murmurar

De a minha infância te chamar

E nas minhas noites de medo...

Sinto teus passos, sua forma de respirar.

 

Vestes tu com elegância

O destino que Deus a encarregou

E como mãe és primorosa

Pra cada filho doou seu calor

 

Por todas as horas de tua vida

Que a minha dedicou

Agradeço-te dama de minha vida

Venero-te com todo meu amor.

 

Minha doce rainha

Meu templo de perfeição

Ampara-me

Proteja-me

Embala-me

Esconda-me no teu ventre

E nunca...

Nunca me abandone

Mãezinha do meu coração.

 

Enide Santos 20/12/14

09/12/2014

Peleja com a saudade

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Quase insuportável

Hoje ela esta

Tenta devora-me

Arrisca devorar-se

Ajeita-se

Enfeita-se

E me chama pra peleja.

 

Ah, como é bom confronta-la!

Fazer pilera

De suas mazelas.

E nessa luta

De rusga tão muda

Seu grito em mim é infinito.

 

Ah, esta saudade enfim!

Gosta de se manter assim

Intensa e sádica

Aflorando ate na hora

Que teus braços embrulham-se em mim.

Ah, saudade deixa de munganga,

E vai embora daqui.

 

Enide Santos 03/12/14

05/12/2014

Quando te amo

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Quando falo em você...

Todas as lacunas em minha vida

Tendem a desaparecer

Não me contenho e choro, choro de prazer.

 

Quando penso em você...

Emudeço, cresço,enrijeço.

Sinto-me ser...

O ventre de todo amanhecer.

 

Quando te sonho...

Trago-te em minha pele

E o peso da tua boca

Na realidade é leve.

 

Ah, quando digo o teu nome...!

O ar que vem de mim

Soa como uma oração.

Vem replicando repleto de gratidão.

 

Quando te amo...

Regresso devagar

De onde só se conhece

Amando.

 

Enide Santos 05/12/14