Seguidores

Quem sou eu?

Na verdade, não sei muito bem quem sou.

Sei que sou o que sinto, do tamanho do que sinto.

Sinto-me viver vidas alheias.

Sinto as dores de quem nem está sentindo, mas eu sinto.

Sou o correr de uma lágrima, antes mesmo de chorar.

Sou um aglomerado de emoções.

Sou lamentos dos meus sofrimentos.

Sou pensamentos e pensamentos.

Sou reflexo das minhas atitudes.

Sou momento.

Sou o esquecer e o lembrar.

Sou a indagação da vida, sou ferida.

Sou o defender, o acusar.

Sou o conhecer do eu diferente.

Sou valente.

Eu sou transformação.

Sou a pessoa mais solitária do mundo,

Mas que nunca fica sozinha.

Sou a pessoa mais forte do mundo.

Mas que está sempre com medo.

Sou o exaltar das minhas realizações.

Sou mãe, sou filha, sou avó.

Sou o encontro de mim, comigo mesmo.

Sou o que sou, me orgulho muito de tudo que sou.

Enide Santos

Mostrando postagens com marcador Poesias. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Poesias. Mostrar todas as postagens

07/10/2014

Houve uma noite

10625049_489467191156940_8168087120260464366_n

Houve uma noite

em que toda a coragem

de mim se apossou.

E em minhas retinas

podia se ver

o mais puro furor.

 

Em mim bradavam-se gritos e gemidos

como os que bradam numa flor.

Vestidos de silencio

mas que o eterno alcançou.

 

E das veias desta minha existência

recolhidas nas essências

o meu ego brotou.

Emergiu-se em fim

se rasgando de mim

o profundo deixou.

 

Houve uma noite

que não mais vou esquecer

Rompeu-se o enigma

de o meu inteiro poder.

 

Houve a noite em que pude me ver.

 

Enide Santos 07/10/14

27/09/2014

Sou portadora da mais insana das almas

400598_666108830117881_1141130476_n

E nos jardins da vida

Onde o tempo faz morada

Caminha minha alma

Insana e ousada

 

Debochada aventureira

Sobre as horas se escancara

Perfuma seus encantos

Com orvalhos da madrugada.

 

Do espírito das coisas

Alimenta seu destino

E se suja dos beijos

Dos pecados clandestinos

 

Dorme com a dor

Com a saudade tem um caso.

Veste-se a rigor

E com a luz da seu recado.

 

Insana pela vida

É a minha alma

Esgarçada ferida

Feliz por ser culpada.

 

Enide Santos 27/09/14

24/09/2014

Sozinha contigo

10600585_10152339775843575_732783298851677742_n

Esconda-me em teus braços

Só enquanto este amor me queima.

Mantenha-me em teu olhar

Só pra que eu possa respirar.

Ata-me ao teu coração,

Para que eu não me perca nesta devastação.

Monitore meus sentidos,

Encarecidamente...

Não me deixe sozinha contigo.

Não se vá

Tente ficar

Não durma.

 

Enide Santos 24/09/14

19/09/2014

Qual a melhor cor?

10305329_793575917333147_3553414300300677218_n

Qual a melhor cor,

Para hoje, vestir a minha alma?

Qual o melhor tom,

Para que possa traduzir a minha talha?

 

De onde posso extrair a melhor impressão

para fundi-la à minha paixão?

Que aparência deve ter,

O exímio momento quando penso em você?

 

Como colorir,

Cada emoção?

Como matizar,

Cada sensação?

 

Que coloração deve alcançar,

O contentamento de poder te amar?

Que tonalidade tiro de mim,

Quando tudo que almejo emana de ti?

 

Como maquilar minh’alma,

no exato tom

Que somente a ti retrate?

 

Enide Santos 19/09/14

18/09/2014

Adoeceu a noite

1496636_419607404809586_1255541890_n

Adoeceu a noite

preocupada a madrugada

recusa-se a se ir

prostra-se ao leito

e as trevas tenta persuadir

 

Assobiando uma cantiga

quer o amanhecer adormecer

leve, lenta e nua

sopra a alvorada

seu clamor em formosura.

 

Denotando soberba

rabisca o céu o alvorecer

de sua paleta extrai a cura

que sana o anoitecer.

 

Enide Santos 19/09/14

02/09/2014

Nos jardins da saudade

945910_341031782667149_1752304012_n

Nos jardins da saudade

Colho pequenas flores de morte

Pequenos ramos de sorte

Por meio das folhas sagradas do amor

Entendo que sou eu, o lavrador.

 

Aqui, os ventos são plantados no chão,

Coloridos e assobiam uma canção.

São as flores do sol que exalam

O mais tênue perfume

 

E os brotos de noite

Lagrimam ritmos da primavera.

A classe dos sonhos

Embalam toda a atmosfera

 

Nos jardins da saudade

As ruas são feitas de pó

Tem veredas de dar dó

E a flor do mundo

Move-se em segredo

Recriando segundos

Com seus pequeninos dedos.

 

Aqui nos jardins da saudade

Há flores de todas as estações

Feitas de sombras e de ilusões

Bebem-se pequenos goles de felicidade

E fica-se longe da flor da realidade.

 

Enide Santos 02/09/14

28/08/2014

Lado a lado

1451413_511787172288309_2398543295162476253_n

Nada que faço

Afasta de você

Este comiseração de outra querer.

 

Dou-te todo meu amor,

Ah, mas infelizmente.

Ela eu não sou!

 

Nada que faço

Consegue substituir

O sentimento que te faz existir.

 

Chega a ser pecado

Nos dois sofrendo

Lado a lado.

 

Enide Santos

16/08/2014

No vinculo da vida com a morte

solidao

No vinculo da vida com a morte estou

Plena de ser e de poder

Dou-me o luxo de deixar acontecer.

 

Eu sou o medo da morte

Sou o sonho da vida

Sou o gosto da água

O sabor da salina

 

Eu sou o som que faz o rio

Entregando-se ao mar

Sou o coito das ondas

Que vive a terra molestar

 

Sou o cálido calor

Que se derrama do sol no ar

Sou a escura silhueta

Que define o luar

 

Sou a viagem dos sonhos

No momento de acordar

Eu sou a vida da morte.

Seu direito de ceifar.

 

Enide Santos 17/08/14

Desenhar pedacinhos de amanhã.

0_52468_c8c4e252_L

Vamos libertar as palavras ancoradas no medo.

Criar partituras sem código, sem segredo.

E sobre seu corpo faremos poesia.

Sobre sua pele desenharemos alegria.

 

Vamos pintar no amanhã,

Confortos para cada hora.

Vestir-nos da força,

Que faz nascer à aurora.

 

Não é preciso ferir o hoje,

Com o punhal da vingança.

Agoniza-se já o agora,

E para o amanhã a esperança se aflora.

 

Vamos fazer flores de arvores perdidas.

Vamos gritar por cima da vida.

Vamos desnudar o nosso interior.

Vamos seguir o que nós ensinou,

O nosso Senhor

 

Vamos...?

Nós temos a tinta,

Nos, somos a tinta.

 

O nosso irmão,

É o nosso talismã.

É o papel do nosso amanhã.

 

Enide Santos 31/07/14

08/08/2014

Nada me aptece mais que morrer

10337691_460488284054831_5854755243355835557_n

Nada me apetece mais que morrer.

Morrer...

Morrer de você.

Não vejo a vida

Não vejo flores

Não sei da luz

Não entendo o mar

Não uso o ar

Não vejo nada

 

Apenas sinto e sinto...

Sinto cor

Cor de pele

Cor de olhar

Cor de cabelo

Rubores de amar.


Nada me apetece mais que morrer.

 Morrer de você.

Ah, expirar instante por instante!

Ah, perder-me tantas e tantas vezes,

Sem querer me encontrar!

Ah! Deixe-me morrer,

Fenecer de tanto te amar.

 

Enide Santos 07/08/14

04/08/2014

Mãos que choram

1507847_428333550603638_558701772_n

São as mãos quem guardam

o semblante da dor.

Envolvendo a face

Subordinando-se

ao mais profundo clamor.

 

São as mãos quem amparam

gota a gota a dor.

Afastando as lágrimas que nascem

como quem destrói o pavor.

 

São a mãos que anseiam

Atracar-se com a dor.

E unidas conclamam

misericórdia ao Senhor.

 

Enide Santos 05/08/14

31/07/2014

O mundo é um canto sem lugar

10514578_692994344088118_7088745639580218612_n

O mundo é um canto sem lugar,

Instala em si, alegrias, e tristezas tenta mudar.

Perde-se entre amores, e sonhos tema em si dar.

Enrola-se todo, tentado se encontrar.

Mundo, mundo...

Canto sem lugar.

 

Camufla-se em sombras,

E o coito das horas tenta mudar.

E planta-se em uma árvore,

E no voo dos pássaros, tenta se fundar.

Mundo, mundo...

Quina sem lugar.

 

No voo dos pássaros,

No banho que se dá o mar.

Abre e fecha portas, dorme e acorda,

Mas não encontra seu lugar.

Ah! Mundo, mundo...

Orbe sem lugar.

 

Caminho sem estrada.

Estrada sem luar,

E no som do vento,

Tenta se acoitar.

Mundo, mundo...

Lugar sem mundo

Mundo sem lugar.

 

Enide Santos 31/07/14

29/07/2014

Passageiro do nada

7f041156d7e253eeb5672935a199a4d5-ld1

Picotou-me o coração a vida.

E para sempre me quer assim.

Faz-me sentir não credora de mim.

Culpa-me por respirar,

E por não valorizar este ato de amar.

 

Rapinou-me a mente a morte,

Sem traumas me parou.

Debruçou-se sobre mim

E as chamas da vida,

Uma a uma de mim arrebatou.

 

Desfez-se de mim o tempo,

Que nem para a morte

Nem para a vida me entregou.

E sobre meu corpo, vivo morto.

O tempo se largou.

 

Enide Santos 30/10/14

27/07/2014

Túmulo do dia

A_Noite_By_Jorge_B._

 

Cada noite é cada noite,

Uma a outra não tem.

Entrega-se ao dia

Enaltecendo-o, já que vem.

 

Agora, quase morta,

Ela ainda vem tatear.

Uma nesga de vida

Do dia tenta libar.

 

Quase, quase sem vida,

Ainda tenta imigrar.

Suspiros para o amanhecer,

Ainda lhe resta conceber.

 

Da sombra és a dona.

Do pecado és a redoma.

Da luz és a conclusão

Do dia és a anunciação.

 

Enide Santos 27/07/14

18/07/2014

Longe de mim, fenecer sem você.

hhhtyu

Não me eximirei de um instante.

Não desviarei um centímetro.

Não me moverei para lado algum.

Não farei esforço nenhum para esquecer-te.

Nada farei para eliminar esta dor que reside em mim.

É tudo que posso ter de você,

Tudo que tenho são minhas lembranças,

Sei que elas me fazem sofrer.

Ah! Mas, se eu não as tenho, de que vou viver?

Ou, o que de mim posso fazer?

Sei, sou negligente comigo mesma,

Não me importo se sou.

Sei que de mim ninguém,

Jamais tirara este amor.

Longe de mim, fenecer sem você.

 

Enide Santos 18/07/14

14/07/2014

Amor até o fim

1964986_441838385919821_2131730090_n

Ah, amor!

As estrelas já não me querem mais acalentar.

Já não me doam mais seu brilho.

Já não de ti me querem falar.

 

Ah, amor!

Porque até mesmo a distância

Já não me pode suportar.

Eu a atormento demais com meu lamento.

 

Ah, amor!

Ainda me resta tanto caminho

Para seguir sem teu amor.

Vou caminha-lo

E a cada passo.

Vou lamenta-lo.

E quando o fim chegar

Ainda vou te amar.

 

Enide Santos 14/07/14

09/07/2014

Dia do dia

068d0e1ef94b9ed3b8bceae0280b85952844a98a

Queima a boca da noite

e vem da profundeza da terra.

Como tempestades de auroras

trazendo com sigo fulgurantes horas.

 

Com ele todos os seus sons,

gritos, ruídos e tons.

É do entrelaçar de seu tempo,

que a terra subsiste a contento.

 

O vale já doou suas sombras,

o céu gota a gota as toma.

É o alvorecer dançando a musica,

que faz a noite retroceder.

 

Vem, ele vem buscando ser sentido,

querendo ser no tempo repetido.

Como cada um de nós, bem assim,

ele não quer ver o seu fim.

 

Enide Santos 09/07/14

03/07/2014

Dona dor

10489879_673397396068973_1930686298038241023_n

Então ela retorna

Novamente aflora

Tão grande foi

que ainda há eco sobre eco.

 

Ela regressa

como que quem é bem vinda,

chega se instala

e reflete a minha sina.

 

Dar-me a conhecer

o sonho de minha face

pois nela não posso reter

o sorriso que me apraze.

 

Densa e cretina

fornica com minha vida.

Expande as feridas

demonstrando-se infinda.

 

Então ela retorna

como a dona do poder.

Não se lembra do obvio

O amor tem mais poder.

 

Enide Santos 03/07/14

01/07/2014

Provando você

provando você

Hum!

Para começar

só com olhar.

Cada cantinho

vou espreitar.

 

Os lábios...

agora vou umedecer.

Pois o seu gostinho

Já vou absorver.

 

Gosto

de pele suada

Textura

de derme arrepiada

Até o som

é de enlouquecer.

Quando eu arranco

este gosto de você.

 

Humm! Só provando.

 

Enide Santos 01/07/14

29/06/2014

Coração empunhado

10300529_789671167711993_4850829604137793187_n

Não há lágrimas que aniquilem

as magoas do desamor.

Porém acariciam a face

Serenando seu furor.

 

A paixão não da trégua

Grita, se esmera por mim.

É como um vício latente

mas que do fundo, quer emergir.

 

Com coração empunhado

sinto seu úmido calor.

Do pulsar agudo e fecundo

vaza-se mensagens de amor.

 

Abatida e desbotada

veste a dor, a sua cor.

Ainda geme em segredo

confortando “eu” o sofredor.

 

Enide Santos 29/06/14