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Quem sou eu?

Na verdade, não sei muito bem quem sou.

Sei que sou o que sinto, do tamanho do que sinto.

Sinto-me viver vidas alheias.

Sinto as dores de quem nem está sentindo, mas eu sinto.

Sou o correr de uma lágrima, antes mesmo de chorar.

Sou um aglomerado de emoções.

Sou lamentos dos meus sofrimentos.

Sou pensamentos e pensamentos.

Sou reflexo das minhas atitudes.

Sou momento.

Sou o esquecer e o lembrar.

Sou a indagação da vida, sou ferida.

Sou o defender, o acusar.

Sou o conhecer do eu diferente.

Sou valente.

Eu sou transformação.

Sou a pessoa mais solitária do mundo,

Mas que nunca fica sozinha.

Sou a pessoa mais forte do mundo.

Mas que está sempre com medo.

Sou o exaltar das minhas realizações.

Sou mãe, sou filha, sou avó.

Sou o encontro de mim, comigo mesmo.

Sou o que sou, me orgulho muito de tudo que sou.

Enide Santos

22/11/2014

Livre arbítrio

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Como posso ser o que nunca fui?

Descrever o que sentir, sem o ser?

 

Queria eu ser a sensação

Da folha ao tocar no chão.

Também queria ser o chão

E dar-lhe majestosa recepção.

 

O som do trovão queria eu ser

E ecoar mostrando poder

E da noite ser a mão

Para a aurora dar proteção.

T

antas e tantas coisas queria eu ser.

Ser o silencio que só no ventre do vento há.

A distância que cada gota na chuva se dá.

Ser o burburinho na vida do ar.

 

Querendo ser sou.

Sou a musica que invento

E digo que quem gosta é o tempo.

Sou a sede da hora

E com ela domo minha história.

 

Sou a morte do grito

O fim de seu rito

Sou a fome a sede da vida

Sou o punho cerrado

Do livre arbítrio.

Eu sou um mito.

 

Sou poeta

E querendo ser

Eu sou.

 

Enide Santos 22/11/14