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Quem sou eu?

Na verdade, não sei muito bem quem sou.

Sei que sou o que sinto, do tamanho do que sinto.

Sinto-me viver vidas alheias.

Sinto as dores de quem nem está sentindo, mas eu sinto.

Sou o correr de uma lágrima, antes mesmo de chorar.

Sou um aglomerado de emoções.

Sou lamentos dos meus sofrimentos.

Sou pensamentos e pensamentos.

Sou reflexo das minhas atitudes.

Sou momento.

Sou o esquecer e o lembrar.

Sou a indagação da vida, sou ferida.

Sou o defender, o acusar.

Sou o conhecer do eu diferente.

Sou valente.

Eu sou transformação.

Sou a pessoa mais solitária do mundo,

Mas que nunca fica sozinha.

Sou a pessoa mais forte do mundo.

Mas que está sempre com medo.

Sou o exaltar das minhas realizações.

Sou mãe, sou filha, sou avó.

Sou o encontro de mim, comigo mesmo.

Sou o que sou, me orgulho muito de tudo que sou.

Enide Santos

21/01/2014

Teatro da noite

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Teatro da noite apresenta:

 

Ela vai chegando

No tic-tac do relógio

Vai se aproximando.

 

Agora sim

Luzes apagadas!

No palco?

Frias e tristes estradas.

Vazias e empoeiradas.

Apenas soluços ecoam

O

que tem para além da estrada

exceto o dia e a noite que vem?

O que tem?

O que tem para calar o soluço da noite que vem?

 

No teatro da noite.

No palco da vida.

A noite mostra as feridas

Do amor que não tem.

 

No teatro da noite

No palco da vida

Estradas se cruzam

Soluços se misturam

 

Abre-se às cortinas

É o espetáculo da vida fazendo amor

Fecundando dia e noite.

Lavando a dor.

 

Enide Santos 21/01/14