
Descrevendo pensamentos para entender sentimentos. Na criação de "Meu toque" estou tendo a oportunidade de aprender, de criar e de tornar-me um ser melhor, eu espero que cada letra contida neste espaço transmita para todos que aqui visitar um toque de "vida" um toque de "amor" e que ao saírem deste humilde espaço tenham a certeza de levarem consigo um toque de "Deus". Obrigada pela visita.
Quem sou eu?
Na verdade, não sei muito bem quem sou.
Sei que sou o que sinto, do tamanho do que sinto.
Sinto-me viver vidas alheias.
Sinto as dores de quem nem está sentindo, mas eu sinto.
Sou o correr de uma lágrima, antes mesmo de chorar.
Sou um aglomerado de emoções.
Sou lamentos dos meus sofrimentos.
Sou pensamentos e pensamentos.
Sou reflexo das minhas atitudes.
Sou momento.
Sou o esquecer e o lembrar.
Sou a indagação da vida, sou ferida.
Sou o defender, o acusar.
Sou o conhecer do eu diferente.
Sou valente.
Eu sou transformação.
Sou a pessoa mais solitária do mundo,
Mas que nunca fica sozinha.
Sou a pessoa mais forte do mundo.
Mas que está sempre com medo.
Sou o exaltar das minhas realizações.
Sou mãe, sou filha, sou avó.
Sou o encontro de mim, comigo mesmo.
Sou o que sou, me orgulho muito de tudo que sou.
Enide Santos
27/12/2014
21/12/2014
Meu primeiro refúgio
Feliz aniversário Minha MAMÃE
Meu primeiro refúgio
Minha perfeita morada
Diante dos teus olhos
Principiei a caminhada
Sua voz ainda é música
Ecoa dentro de mim
Ah, minha mãe querida!
Não entendo porque cresci
Ainda sinto o murmurar
De a minha infância te chamar
E nas minhas noites de medo...
Sinto teus passos, sua forma de respirar.
Vestes tu com elegância
O destino que Deus a encarregou
E como mãe és primorosa
Pra cada filho doou seu calor
Por todas as horas de tua vida
Que a minha dedicou
Agradeço-te dama de minha vida
Venero-te com todo meu amor.
Minha doce rainha
Meu templo de perfeição
Ampara-me
Proteja-me
Embala-me
Esconda-me no teu ventre
E nunca...
Nunca me abandone
Mãezinha do meu coração.
Enide Santos 20/12/14
09/12/2014
Peleja com a saudade
Quase insuportável
Hoje ela esta
Tenta devora-me
Arrisca devorar-se
Ajeita-se
Enfeita-se
E me chama pra peleja.
Ah, como é bom confronta-la!
Fazer pilera
De suas mazelas.
E nessa luta
De rusga tão muda
Seu grito em mim é infinito.
Ah, esta saudade enfim!
Gosta de se manter assim
Intensa e sádica
Aflorando ate na hora
Que teus braços embrulham-se em mim.
Ah, saudade deixa de munganga,
E vai embora daqui.
Enide Santos 03/12/14
05/12/2014
Quando te amo
Quando falo em você...
Todas as lacunas em minha vida
Tendem a desaparecer
Não me contenho e choro, choro de prazer.
Quando penso em você...
Emudeço, cresço,enrijeço.
Sinto-me ser...
O ventre de todo amanhecer.
Quando te sonho...
Trago-te em minha pele
E o peso da tua boca
Na realidade é leve.
Ah, quando digo o teu nome...!
O ar que vem de mim
Soa como uma oração.
Vem replicando repleto de gratidão.
Quando te amo...
Regresso devagar
De onde só se conhece
Amando.
Enide Santos 05/12/14
26/11/2014
Apenas eu e você.
Apenas eu e você,
Nada mais havia
Exceto esta fotografia...
No escuro seu contorno me dizia:
Olha em torno sinta esta magia!
E quando não mais juntos estivermos
Guarde na lembrança este momento terno.
Ah! Sua voz estava tão doce e macia
E o teu braço com ternura me envolvia
E com o outro apontava a bela fotografia.
Olhe bem para lá,
Lembre-se do brilho de cada lugar
(Piripa, Cordeiro, Condeúba e Jânio)
E quando não for mais este momento
Volte para cá, onde nos dois
Para sempre vamos estar.
Guarde na lembrança
Nunca o deixe se esgotar.
Esta é a maneira
De nunca nos separar.
O melhor momento de minha vida
Faz-me chorar
Ele aponta para onde jamais quero estar.
Enide Santos 26/11/14
A poesia que fala de ti
A poesia que eu teria pra te dizer
dorme dentro de mim
aconchegada a você.
Dela não ouço gritos
sinto alguns toques
pequenos bramidos.
A poesia que fala de ti
que exprime meu amor
que traduz o meu sentir.
Esta sonhando agora
Aperfeiçoando-se por hora
desejando existir.
Enide Santos 26/11/14
22/11/2014
Livre arbítrio
Como posso ser o que nunca fui?
Descrever o que sentir, sem o ser?
Queria eu ser a sensação
Da folha ao tocar no chão.
Também queria ser o chão
E dar-lhe majestosa recepção.
O som do trovão queria eu ser
E ecoar mostrando poder
E da noite ser a mão
Para a aurora dar proteção.
T
antas e tantas coisas queria eu ser.
Ser o silencio que só no ventre do vento há.
A distância que cada gota na chuva se dá.
Ser o burburinho na vida do ar.
Querendo ser sou.
Sou a musica que invento
E digo que quem gosta é o tempo.
Sou a sede da hora
E com ela domo minha história.
Sou a morte do grito
O fim de seu rito
Sou a fome a sede da vida
Sou o punho cerrado
Do livre arbítrio.
Eu sou um mito.
Sou poeta
E querendo ser
Eu sou.
Enide Santos 22/11/14
08/11/2014
Tô capinando a minha sina
Tô capinando a minha sina,
fazendo nela,
minha obra prima.
Tô derribando aqui e ali
Vou abrindo brechas para sair.
Tô carpindo esta insígnia
levando dela,
tudo que a abomina.
Tô roçando esta ingrata,
ateando fogo nas suas falhas.
Tô abatendo este destino
que não me enobrece
e não me define.
Aceite desígnio
não guerreie enfim
visto que, sou dona de mim.
Enide Santos 08/0/11/14
06/11/2014
De qual lembrança?
De qual lembrança vem este som,
que não consigo reconhecer?
Remete-me a algo,
outro tempo,
outro espaço.
Não sei qual,
não sei onde.
Sei que saiu do meu corpo,
habito outra dimensão.
Lá onde recolho saudades,
e planto gratidão.
Lá posso voar,
dançar como se chuva fosse.
E das lamurias sofridas que ouço,
Faço vento, para planar.
Sou pedra,
montanha,
encostas do mar.
Sou lua
Estrada,
E a força de um cantar
Aquele que ouço
Mas não consigo identificar.
Enide Santos 07/11/14
29/10/2014
Eu e meus quarenta e seis anos.
Nossa!
O que me segura ainda aqui nesta vida?
Eu descobri que posso criar sonhos.
Que posso ter uma plantação infinita deles.
Sei que se depois que eu fizer de tudo para realizar qualquer um deles não der certo, eu tenho muitos e muitos outros.
Não somente para mim, mas para outras pessoas que queiram uma semente.
Isso me fornece vida, me fornece o desejo de seguir em frente, sem ter a obrigação de nunca desistir de um sonho, sei que pode parecer errado dizer isso, pois quase todas as pessoas que conheço aconselham-me ao contrario, para que eu nunca desista dos meus sonhos. Se ele estiver me matando ao invés de me dar vida, sinto muito, tenho outros sonhos pra realizar.
Bom, eu faço assim e gosto disso, pois tenho sempre alguma atividade, umas vão bem outras nem tanto, e assim vou me alimentando desta vida.
Vou provando sabores diferentes de sonhos diferentes, não sei para onde e nem para que.
Sei que quero mesmo é viver.
E como esta sede de vida faz muito bem para mim eu adoraria que outras pessoas pudessem entender que não há necessidade de ficarmos presos a nenhum paradigma.
Nós fazemos os nossos dias e usamos os nossos sentimentos e também usamos o nosso coração, plantando nele bons sonhos não apenas para nós, mas para as pessoas que nós cercam vivemos melhor quando conseguimos fazer com que a nossa parte boa supere a nossa parte não tão boa assim.
O sentimento de dignidade é impagável é o melhor de todos eles, a meu ver.
Quando você é digno com você
Digno com o outro
Digno com Deus.
Nada supera, nem mesmo o amor.
Está sou eu agora com quarenta e seis anos, apaixonada pela vida, pela poesia
Pelos meus familiares e amigos pelo e De que é a minha luz.
Tudo isso sendo guiada pelas mãos de Deus.
Obrigada sempre a cada um que faz parte de minha vida, que durante este ano encheram minha vida de muitas alegrias e de muitas palavras de carinho e amor eu adoraria poder citar o nome de cada um tanto em casa como no face e também nos sites onde levo minhas letras. Eu sou pequena, mas o meu Deus é grande e pode levar a cada um sonho realizável.
Obrigada e felicidades a todos por tudo.
Enide Santos 30/10/14
21/10/2014
Chove por mim os teus olhos
Chove por mim os teus olhos
Abusando do instante que te dou
Retrata o teu espírito
E com ele todo teu amor
Delineando tua face
Expõe-se a gota da dor
Entoando com arte
Reverencia-se ao observador.
O cheiro do teu sentimento
Exibe-se todo enfim
E o gosto de teu pensamento
Impregna-se em mim.
Chove por mim os teus olhos
Furtando-me o mundo em que estou
Deixa-me repleto da culpa
Pôr por ti não ter amor.
Enide Santos 21/10/14
07/10/2014
Houve uma noite
Houve uma noite
em que toda a coragem
de mim se apossou.
E em minhas retinas
podia se ver
o mais puro furor.
Em mim bradavam-se gritos e gemidos
como os que bradam numa flor.
Vestidos de silencio
mas que o eterno alcançou.
E das veias desta minha existência
recolhidas nas essências
o meu ego brotou.
Emergiu-se em fim
se rasgando de mim
o profundo deixou.
Houve uma noite
que não mais vou esquecer
Rompeu-se o enigma
de o meu inteiro poder.
Houve a noite em que pude me ver.
Enide Santos 07/10/14
27/09/2014
Sou portadora da mais insana das almas
E nos jardins da vida
Onde o tempo faz morada
Caminha minha alma
Insana e ousada
Debochada aventureira
Sobre as horas se escancara
Perfuma seus encantos
Com orvalhos da madrugada.
Do espírito das coisas
Alimenta seu destino
E se suja dos beijos
Dos pecados clandestinos
Dorme com a dor
Com a saudade tem um caso.
Veste-se a rigor
E com a luz da seu recado.
Insana pela vida
É a minha alma
Esgarçada ferida
Feliz por ser culpada.
Enide Santos 27/09/14
24/09/2014
Sozinha contigo
Esconda-me em teus braços
Só enquanto este amor me queima.
Mantenha-me em teu olhar
Só pra que eu possa respirar.
Ata-me ao teu coração,
Para que eu não me perca nesta devastação.
Monitore meus sentidos,
Encarecidamente...
Não me deixe sozinha contigo.
Não se vá
Tente ficar
Não durma.
Enide Santos 24/09/14
21/09/2014
Epístola- 19
Fragmentos de mim
Regressando do amor...
Uma bagagem pesada repleta de dores e de saudades, farto de emoções e ilusões.
Dormi tantos dias com teu amor aquietado ao meu coração.
E em tantos outros quando acordava, sorria, sabia que era por você que aflorava a minha paixão, e ao me deparar com o dia em que todas suas horas estão vagas de ti.
Ah! Meu Deus talvez fosse mais fácil apenas dormir e dormir.
Agora a noite repousa em meu peito, dosa de instantes vagos os meus sonhos.
Resta-me acolher as dores das lembranças e das saudades que hão de perdurar sem pedir licença.Tenho agora a sensação do nada e poder do tudo ao meu dispor.
Mas estou frágil demais até mesmo para chorar porque sinto pesar por você não ver as minhas lágrimas, por não presenciar toda intensidade do que elas realmente significam, a elas não são dadas o devido valor. (Parece que o mar verte de mim).
Tenho que arrancar as raízes que estão presas a minha alma, sem ter o direito de fraquejar, e tenho a obrigação de aceitar que você simplesmente se vá.
Está intacto em mim o amor.
E nada mais sou agora que um vândalo exterminador.
Eu era amor e paixão
Agora sou aniquilação.
Recolho-me ao silêncio que se faz em mim.
E por todas as outras forças da natureza permaneço.
Hoje quando acordo ainda me vejo, ainda sou eu sem ti
Sou eu com todas as outras coisas do mundo que não substituem você.
Mas sou eu com todas as outras coisas regressando do amor.
Enide Santos 21/09/14
19/09/2014
Qual a melhor cor?
Qual a melhor cor,
Para hoje, vestir a minha alma?
Qual o melhor tom,
Para que possa traduzir a minha talha?
De onde posso extrair a melhor impressão
para fundi-la à minha paixão?
Que aparência deve ter,
O exímio momento quando penso em você?
Como colorir,
Cada emoção?
Como matizar,
Cada sensação?
Que coloração deve alcançar,
O contentamento de poder te amar?
Que tonalidade tiro de mim,
Quando tudo que almejo emana de ti?
Como maquilar minh’alma,
no exato tom
Que somente a ti retrate?
Enide Santos 19/09/14
18/09/2014
Adoeceu a noite
Adoeceu a noite
preocupada a madrugada
recusa-se a se ir
prostra-se ao leito
e as trevas tenta persuadir
Assobiando uma cantiga
quer o amanhecer adormecer
leve, lenta e nua
sopra a alvorada
seu clamor em formosura.
Denotando soberba
rabisca o céu o alvorecer
de sua paleta extrai a cura
que sana o anoitecer.
Enide Santos 19/09/14
02/09/2014
Nos jardins da saudade
Nos jardins da saudade
Colho pequenas flores de morte
Pequenos ramos de sorte
Por meio das folhas sagradas do amor
Entendo que sou eu, o lavrador.
Aqui, os ventos são plantados no chão,
Coloridos e assobiam uma canção.
São as flores do sol que exalam
O mais tênue perfume
E os brotos de noite
Lagrimam ritmos da primavera.
A classe dos sonhos
Embalam toda a atmosfera
Nos jardins da saudade
As ruas são feitas de pó
Tem veredas de dar dó
E a flor do mundo
Move-se em segredo
Recriando segundos
Com seus pequeninos dedos.
Aqui nos jardins da saudade
Há flores de todas as estações
Feitas de sombras e de ilusões
Bebem-se pequenos goles de felicidade
E fica-se longe da flor da realidade.
Enide Santos 02/09/14
28/08/2014
Lado a lado
Nada que faço
Afasta de você
Este comiseração de outra querer.
Dou-te todo meu amor,
Ah, mas infelizmente.
Ela eu não sou!
Nada que faço
Consegue substituir
O sentimento que te faz existir.
Chega a ser pecado
Nos dois sofrendo
Lado a lado.
Enide Santos
16/08/2014
No vinculo da vida com a morte
No vinculo da vida com a morte estou
Plena de ser e de poder
Dou-me o luxo de deixar acontecer.
Eu sou o medo da morte
Sou o sonho da vida
Sou o gosto da água
O sabor da salina
Eu sou o som que faz o rio
Entregando-se ao mar
Sou o coito das ondas
Que vive a terra molestar
Sou o cálido calor
Que se derrama do sol no ar
Sou a escura silhueta
Que define o luar
Sou a viagem dos sonhos
No momento de acordar
Eu sou a vida da morte.
Seu direito de ceifar.
Enide Santos 17/08/14
Desenhar pedacinhos de amanhã.
Vamos libertar as palavras ancoradas no medo.
Criar partituras sem código, sem segredo.
E sobre seu corpo faremos poesia.
Sobre sua pele desenharemos alegria.
Vamos pintar no amanhã,
Confortos para cada hora.
Vestir-nos da força,
Que faz nascer à aurora.
Não é preciso ferir o hoje,
Com o punhal da vingança.
Agoniza-se já o agora,
E para o amanhã a esperança se aflora.
Vamos fazer flores de arvores perdidas.
Vamos gritar por cima da vida.
Vamos desnudar o nosso interior.
Vamos seguir o que nós ensinou,
O nosso Senhor
Vamos...?
Nós temos a tinta,
Nos, somos a tinta.
O nosso irmão,
É o nosso talismã.
É o papel do nosso amanhã.
Enide Santos 31/07/14
08/08/2014
Nada me aptece mais que morrer
Nada me apetece mais que morrer.
Morrer...
Morrer de você.
Não vejo a vida
Não vejo flores
Não sei da luz
Não entendo o mar
Não uso o ar
Não vejo nada
Apenas sinto e sinto...
Sinto cor
Cor de pele
Cor de olhar
Cor de cabelo
Rubores de amar.
Nada me apetece mais que morrer.
Morrer de você.
Ah, expirar instante por instante!
Ah, perder-me tantas e tantas vezes,
Sem querer me encontrar!
Ah! Deixe-me morrer,
Fenecer de tanto te amar.
Enide Santos 07/08/14
04/08/2014
Mãos que choram
São as mãos quem guardam
o semblante da dor.
Envolvendo a face
Subordinando-se
ao mais profundo clamor.
São as mãos quem amparam
gota a gota a dor.
Afastando as lágrimas que nascem
como quem destrói o pavor.
São a mãos que anseiam
Atracar-se com a dor.
E unidas conclamam
misericórdia ao Senhor.
Enide Santos 05/08/14
03/08/2014
Preenchida
31/07/2014
O mundo é um canto sem lugar
O mundo é um canto sem lugar,
Instala em si, alegrias, e tristezas tenta mudar.
Perde-se entre amores, e sonhos tema em si dar.
Enrola-se todo, tentado se encontrar.
Mundo, mundo...
Canto sem lugar.
Camufla-se em sombras,
E o coito das horas tenta mudar.
E planta-se em uma árvore,
E no voo dos pássaros, tenta se fundar.
Mundo, mundo...
Quina sem lugar.
No voo dos pássaros,
No banho que se dá o mar.
Abre e fecha portas, dorme e acorda,
Mas não encontra seu lugar.
Ah! Mundo, mundo...
Orbe sem lugar.
Caminho sem estrada.
Estrada sem luar,
E no som do vento,
Tenta se acoitar.
Mundo, mundo...
Lugar sem mundo
Mundo sem lugar.
Enide Santos 31/07/14
29/07/2014
Passageiro do nada
Picotou-me o coração a vida.
E para sempre me quer assim.
Faz-me sentir não credora de mim.
Culpa-me por respirar,
E por não valorizar este ato de amar.
Rapinou-me a mente a morte,
Sem traumas me parou.
Debruçou-se sobre mim
E as chamas da vida,
Uma a uma de mim arrebatou.
Desfez-se de mim o tempo,
Que nem para a morte
Nem para a vida me entregou.
E sobre meu corpo, vivo morto.
O tempo se largou.
Enide Santos 30/10/14
27/07/2014
Túmulo do dia
Cada noite é cada noite,
Uma a outra não tem.
Entrega-se ao dia
Enaltecendo-o, já que vem.
Agora, quase morta,
Ela ainda vem tatear.
Uma nesga de vida
Do dia tenta libar.
Quase, quase sem vida,
Ainda tenta imigrar.
Suspiros para o amanhecer,
Ainda lhe resta conceber.
Da sombra és a dona.
Do pecado és a redoma.
Da luz és a conclusão
Do dia és a anunciação.
Enide Santos 27/07/14
18/07/2014
Longe de mim, fenecer sem você.
Não me eximirei de um instante.
Não desviarei um centímetro.
Não me moverei para lado algum.
Não farei esforço nenhum para esquecer-te.
Nada farei para eliminar esta dor que reside em mim.
É tudo que posso ter de você,
Tudo que tenho são minhas lembranças,
Sei que elas me fazem sofrer.
Ah! Mas, se eu não as tenho, de que vou viver?
Ou, o que de mim posso fazer?
Sei, sou negligente comigo mesma,
Não me importo se sou.
Sei que de mim ninguém,
Jamais tirara este amor.
Longe de mim, fenecer sem você.
Enide Santos 18/07/14
14/07/2014
Amor até o fim
Ah, amor!
As estrelas já não me querem mais acalentar.
Já não me doam mais seu brilho.
Já não de ti me querem falar.
Ah, amor!
Porque até mesmo a distância
Já não me pode suportar.
Eu a atormento demais com meu lamento.
Ah, amor!
Ainda me resta tanto caminho
Para seguir sem teu amor.
Vou caminha-lo
E a cada passo.
Vou lamenta-lo.
E quando o fim chegar
Ainda vou te amar.
Enide Santos 14/07/14
10/07/2014
Epístola-18
Fragmentos de mim
Ah, amor arranca de mim esta vida inútil,
Apenas me serve para chorar tua falta!
Ter que viver sem você é mesmo uma tortura.
Tenho que dormir e acordar, dormir e acordar.
Nada tem sentido, tudo é visco.
Nem meus lamentos chegam até você
Nem de minha dor você pode saber.
Ah, que vontade eu tenho de morrer!
Estou cansada de fingir alegria,
de me mostrar satisfeita por tudo que tenho.
Eu não tenho você.
Nunca posso estar com você.
Só sei da dor que sinto e tenho que fingir não sentir.
Ás vezes meu peito doe de tanto engolir o choro.
Não consigo aceitar, que esperei tanto tempo pra te conhecer,
Demorei uma vida toda para te encontrar,
E tenho que abrir mão deste amor.
Não sinto vontade de seguir em frente,
Já sabendo que não há nada mais lá.
Tudo que preciso tudo que quero esta com você, esta em você
Meu Deus como eu te amo!
Meu Deus como isso doe!
Que vontade tenho de arrancar de mim está vida.
Ai que saudade!
Ai que necessidade tenho de estar com você!
Desculpe-me as palavras pessimistas.
Não preciso fingir pra você e também não quero fazer isso.
Hoje estou fraca demais para fingir,
não se preocupe é apenas uma forma de buscar forças uma forma de desabafo.
Perdoe-me por amar você tanto e ter que dizer-lhe estas coisas.
Eu não sei até onde tudo isso vai.
Eu não sei.
Desculpe-me te amar tanto.
Enide Santos 10/07/14
09/07/2014
Dia do dia
Queima a boca da noite
e vem da profundeza da terra.
Como tempestades de auroras
trazendo com sigo fulgurantes horas.
Com ele todos os seus sons,
gritos, ruídos e tons.
É do entrelaçar de seu tempo,
que a terra subsiste a contento.
O vale já doou suas sombras,
o céu gota a gota as toma.
É o alvorecer dançando a musica,
que faz a noite retroceder.
Vem, ele vem buscando ser sentido,
querendo ser no tempo repetido.
Como cada um de nós, bem assim,
ele não quer ver o seu fim.
Enide Santos 09/07/14
03/07/2014
Dona dor
Então ela retorna
Novamente aflora
Tão grande foi
que ainda há eco sobre eco.
Ela regressa
como que quem é bem vinda,
chega se instala
e reflete a minha sina.
Dar-me a conhecer
o sonho de minha face
pois nela não posso reter
o sorriso que me apraze.
Densa e cretina
fornica com minha vida.
Expande as feridas
demonstrando-se infinda.
Então ela retorna
como a dona do poder.
Não se lembra do obvio
O amor tem mais poder.
Enide Santos 03/07/14
02/07/2014
Epístola - 17
Fragmentos de mim
Eu te amo com toda a força de minha vida.
Eu te amo muito, não sei por que, não sei até quando só sei que amo.
Não sei o que faço sozinha aqui com todos estes sentimentos,
com todos estes ecos de palavras ditas apenas pelos pensamentos.
Não sei o que faço com está saudade que nunca se acaba.
Com este silêncio que chora, que lê, vive e quer morrer.
Já acordo sepultando vontades, derramado dentro do peito coragens.
Eu te sinto tão triste, mudo, submisso. E nada sei fazer para cuidar de você.
Fico quieta, calada tentando ser ao menos algum tipo de amparo caso você queira.
Por aqui as coisas não são fáceis também...
As coisas vão acontecendo eu vou levando-as, mas com você sempre aqui junto comigo o tempo todo, sonhos e mais sonhos, coisas que tenho para te dizer, coisas que queria dividir com você, mas digo para o tempo, falo sozinha como se alienada eu fosse.
Eu não sei o que acontece ai, sei que você demonstra que é preciso estar ai e que nunca vai poder estar aqui.
Eu só tenho duas escolhas:
Estar sem você ou ficar sem você.
Só te sonho quando você quer ser sonhado, nunca quando eu quero sonhar.
Eu vou estar aqui
Eu vou ficar aqui.
Amor meu.
Enide Santos 03/07/14
01/07/2014
Provando você
Hum!
Para começar
só com olhar.
Cada cantinho
vou espreitar.
Os lábios...
agora vou umedecer.
Pois o seu gostinho
Já vou absorver.
Gosto
de pele suada
Textura
de derme arrepiada
Até o som
é de enlouquecer.
Quando eu arranco
este gosto de você.
Humm! Só provando.
Enide Santos 01/07/14
29/06/2014
Coração empunhado
Não há lágrimas que aniquilem
as magoas do desamor.
Porém acariciam a face
Serenando seu furor.
A paixão não da trégua
Grita, se esmera por mim.
É como um vício latente
mas que do fundo, quer emergir.
Com coração empunhado
sinto seu úmido calor.
Do pulsar agudo e fecundo
vaza-se mensagens de amor.
Abatida e desbotada
veste a dor, a sua cor.
Ainda geme em segredo
confortando “eu” o sofredor.
Enide Santos 29/06/14
23/06/2014
Eu sou poeta
Momento de plena felicidade
É quando me sinto poeta.
Eu sou poeta.
Eu sou poeta.
Eu sou poeta.
E é a melhor coisa que sou, sendo para mim...
Não para ninguém, mas para mim.
Ser ou não boa poeta,
Isso fica para o amanhã.
Hoje EU SOU POETA.
Eu teço versos... Com meus sentimentos.
Roubo do ar... Momentos.
Solvo das pedras... Sentimentos.
Descubro paixão... Disfarçada de escuridão.
Eu sou poeta, que ri enquanto chora.
Que renasce a cada aurora.
Que risca em si a fonte de seu existir.
Eu fui poeta sem saber
Eu sou poeta por querer
E serei poeta depois que morrer.
Enide Santos 23/06/14
21/06/2014
Agora dói
Agora dói acordar.
A razão pra me vivificar
Já não posso mais alcançar.
Abandono-me ás recordações.
Descuido-me das emoções
Penetro-me em pensamentos.
Agora dói respirar.
O ar que me visita,
Agora sai, como que pra te buscar.
Soluços, lágrimas, gemidos,
nada consome a dor
que me impõe este castigo.
Agora dói continuar.
É mesmo uma penitencia
Tentar deixar de te amar.
Enide Santos 22/06/14
Rua
Rua...
Timidamente
embrulha-se de luar
Está guardando-se dos sons
que os ébrios ousam tocar
Logradouro...
Não conhece o mar
porque fica do lado de cá.
Mas envolve-se na areia
que vento tema em lhe dar.
Alameda...
Parque, praça, jardim.
Guardadora de passos
Ladra de sonhos
Acolhedora do abandono.
Enide Santos 21/06/14
13/06/2014
Epístola-16
Fragmentos de mim
E as mãos dos sonhos ainda me roçam a pele.
Amparou-me com sua existência, ocupou meus pensamentos por muitas e muitas horas. Realizou sonhos meus e muitos outros me ofereceu.
Deu-me sonhos sim, e para realiza-los impregnou-me de vida.
Seu amor ensinou-me a não temer a saudade a não fugir dela, fez-me paciente e terna com minhas nostalgias, seu amor ajudou-me a saborear
cada fragmento do meu amar. Posso sentir o melhor de você em mim.
Hoje habitam sonhos e saudades nas lágrimas vivas que agora morrem de mim. Aprendi a andar no tempo, idas e voltas há lugares que somente meu pensamento é capaz de alcançar. As horas passam como tem que passar como sempre passaram, e eu? Prossigo sozinha dividindo minha vida com alguém muito mais frágil que eu, alguém que tenho que proteger a todo custo e a todo o momento, alguém de quem depende tudo que sou de onde emana a minha seiva.
Ah! Mas a minha solidão já não é mais a mesma, ela pressente um riso a vagar, sabe que por trás daquelas lágrimas está você e tudo que a tua presença deixou, agora a minha solidão é feita de recordação, cometida de espera e instigada por tão intenso amor.
Em muitos dos caminhos em mim, até mesmo desconhecidos por mim, você chegou, deixou marcas vivas que se rebelam exigindo tua presença.
Já me sangram as mãos, de tanto segurar as rédeas desta paixão.
Mas às horas vão devorando os meus sonhos e me vejo só, tendo que por fim em tudo menos em mim.
Enide Santos 14/06/14
12/06/2014
Use os meus beijos
Use os meus beijos,
para se satisfazer.
Cada um com um sabor
todos dedicados a você.
Use os meus beijos,
abundantemente quentes,
Deliciosamente ardentes,
para encharcar-te de prazer.
Use-os molhados,
Utilize-os dedicados.
Busque novas texturas,
Aproveite-os com gula.
São nos meus beijos,
que encontrara,
toda a minha “fúria “
em possuir você.
Enide Santos 13/06/14
11/06/2014
Findou-se o sonho
Não posso mesmo ter você.
Todos os sentidos estão mudos,
e aéreos ao meu ser.
É o fim de você em mim.
É chegada a hora,
de adeus ter que dizer.
As lágrimas já cheiram a tristeza,
da dor de te perder.
Então findou-se o sonho.
Não há mais nada...
Apenas o som do reboliço
que faz o amor para não deixar de existir.
Não posso mais ter este amor em mim,
É mesmo chegado o fim.
Enide Santos 11/06/14
28/05/2014
Sonho em flor
Neste acúmulo de noites vazias e gritantes,
Só me restam as dores desta vida pedante.
Neste eco envolvente de sentirem e pedires;
Há um calabouço, fétido e escuro,
Negro como a dor do fim do mundo.
É lá, onde habita o mais profano sentir;
E a passos largos, vou me despindo de mim.
Vou me envolvendo neste mundo moribundo.
E dos seus fungos, e dos seus humos,
Farei brotar o meu mundo.
Enide Santos 28/05/14
26/05/2014
Face a face
Encontrei-me perdida dentro de mim
Mágoas e feridas todas eu bani
Quem mais pode cuidar de mim, que não eu?
Descobri-me sofrida, sim!
Porém viva e querendo viver.
Não recuei.
Forjei meu escudo, lutei.
A vida se move dentro de mim
E em forma de rosa
Face a face
Ofertei-a pra mim.
Enide Santos 04/02/14
Que te custas, amor?
Que te custas, amor?
Dar-me um pouco as tuas mãos;
Para acariciar-me a face, os cabelos e o coração.
Que te custas, amor?
Deixar-me deitar em teu peito;
Fazer do teu colo um leito;
E roubar de te, um pouco de cheiro.
Que te custas, amor?
Acalmar um tiquinho minha vida;
Soprar um bocadinho as feridas;
Fazer fugir este choro, este som de consumação.
Que te custas, amor?
Deixar pesar em minha tua boca;
Deixa-me roçar em ti, como louca;
Para acalmar está minha paixão.
Enide Santos 27/05/14
21/05/2014
Pernas ofegantes?
Faça-te dono,
Sirva-se de meu ardor.
Não haverá dano,
basta devorar com amor.
Venha, traga-me este corpo,
que tanto me excita.
Ah, até perco o pudor!
Só em pensar na tua... Barriga.
Escorre de mim
Tanto e todo meu desejo.
Vem amor...
Reproduzir os meus beijos.
Pernas ofegantes?
Não, talvez não seja assim!
Devem ser os beijos,
que abriram-se pra ti!
Enide Santos 21/05/14
20/05/2014
Só sonhando
Só mais um sonho
Um sonho delirante
É um mundo diferente,
no mundo que estou
Vejo tudo que quero de perto
Tem cheiro, tem sexo.
Solta gemidos de amor.
Tem pele, tem calor.
Busca minha boca,
me induz a flutuar.
E dá-me de presente,
sua sede de amar.
Ah, Meu sonho!
como é difícil acordar.
Fico aqui neste abandono,
Almejando te sonhar.
Enide Santos 20/04/14
19/05/2014
Viver para esquecer
A primeira coisa que tenho a esquecer,
É está de vida,
De ter vida com você.
Outra coisa que também tenho pra esquecer,
Nesta coisa de vida, de você ser minha vida,
E sem você não poder viver.
Muita coisas terei a esquecer,
Esquecer que na vida que levo,
Levo a morte da vida que gostaria de ter.
A vida que em minha vida nasceu
Hoje não é mais minha vida,
Por isso em mim a vida morreu.
Enide Santos 19/05/14
16/05/2014
Humanamente ridícula
Beijar o vento,
Jogar ao ar pensamento.
Sorrir de uma doce lembrança,
Enquanto que no rosto, a lágrima descansa.
Correr para os braços da solidão.
Para não dividir uma triste recordação.
Olhos parado vendo outro lugar,
Desejando neste tocar.
Suspirar… suspirar apaixonado,
Procurando o perfume do amado.
Planejar e replanejar
Exatamente tudo que tem pra falar
O lugar mais próximo de você que posso estar,
É aqui...
Dentro de mim.
Enide Santos 16/05/14
11/05/2014
Fósseis de sonhos
O eco que ouço da minha dor,
(re) bate nas paredes deste infindo vazio,
E por vezes deixa-me insana.
Prostro-me imóvel e ciente de;
Não poder tocar,
Não poder realizar,
E nem ao menos sonhar.
São fósseis dos grandes sonhos,
Caminhos do qual,
(in) voluntariamente desviei-me.
Posso sentir-me desaparecendo aos poucos.
Presa em cada devaneio desfeito,
Sequelas adornam minha alma.
E tento regurgitar-me de mim.
Neste instante, nada, nada sou.
Apenas um corpo, procurando por amor.
Enide Santos 11/05/14
09/05/2014
Baila meu corpo
Bailar meu corpo,
amparado por tuas mãos.
Soltando soluços,
de pura satisfação
Move meu corpo,
impregnado de excitação.
Lançando odores,
de silenciosa ebulição.
Suga meu corpo,
deixa fluir,
goles saborosos
tome de mim.
Enide Santos 09/05/14
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