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Quem sou eu?

Na verdade, não sei muito bem quem sou.

Sei que sou o que sinto, do tamanho do que sinto.

Sinto-me viver vidas alheias.

Sinto as dores de quem nem está sentindo, mas eu sinto.

Sou o correr de uma lágrima, antes mesmo de chorar.

Sou um aglomerado de emoções.

Sou lamentos dos meus sofrimentos.

Sou pensamentos e pensamentos.

Sou reflexo das minhas atitudes.

Sou momento.

Sou o esquecer e o lembrar.

Sou a indagação da vida, sou ferida.

Sou o defender, o acusar.

Sou o conhecer do eu diferente.

Sou valente.

Eu sou transformação.

Sou a pessoa mais solitária do mundo,

Mas que nunca fica sozinha.

Sou a pessoa mais forte do mundo.

Mas que está sempre com medo.

Sou o exaltar das minhas realizações.

Sou mãe, sou filha, sou avó.

Sou o encontro de mim, comigo mesmo.

Sou o que sou, me orgulho muito de tudo que sou.

Enide Santos

29/01/2014

Fresta da porta

© Martin Haburaj - From Bratislava, Slovakia

Oh! Sensação gloriosa

Ver-te pela fresta da porta

Quase me dá mais prazer

Do que se pudesse te ter

 

Ah! Este espaço pequeno

Propicia-me pensares obsceno

Momentos que aprisionarei

Para sempre em meu viver

 

Greta despudorada

Que de mim,

rouba madrugadas

E meus sonhos,

ousa invadir.

 

Abertura

Fenda ou vão.

Isso não importa

O que vejo lá dentro

É que me tira da razão.

 

Enide Santos 30/01/14

28/01/2014

Eu usei você

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Hoje eu usei você

E não me arrependo.

Fechei os olhos

E te busquei

 

Usei seu cheiro

Que eu mesma inventei

De você me embriaguei

 

Eu usei você

Me vesti de teus braços

Vivi

Durei

Existi

 

Porém a consciência

Não me deixa esquecer

Que você é apenas um desejo

Que só em sonhos posso te ter.

 

Mesmo entre lágrimas

Eu gostei e te usei.

 

Enide Santos 29/01/14

23/01/2014

Ah! Este soluço Que põe sal a minha face!

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Desculpe minha insanidade

Eu preciso chorar

Necessito lavar minha alma

E desta dor me libertar.

 

Ah! Este som

Que vem de dentro de mim

Rasga-me por dentro

Como se de tudo fosse fim.

 

Toma meu ar...

Bolhas temperadas

Nativa da madrugada

Ecoam no vazio que em mim há!

 

Ah! Este soluço

Que põe sal a minha face!

Lava-me

Limpe a minha alma.

Ensina-me viver

Com esta marca

De batalha.

 

Enide Santos 23/01/14

22/01/2014

Ah!! O amor

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Ah! O amor que nos faz sorri e também chorar.

Que nos faz gritar e também calar.

Ah!! Tão sonhado amor

Que brilha entre fantasias

Que dirige nossos dias.

Ah!! Amor...

Chama quente e ardente

Amor, amor, amor...

Inconsciente e indecente

Amor simples e penitente

Amor de gente e de serpente

Amor, amor, amor.

Amor que gera energia

Que cresce, cresce

Cresce a cada dia

Só finda ou recua

por outro amor.

Ah! Amor, amor.

 

Enide Santos 22/01/14

21/01/2014

Teatro da noite

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Teatro da noite apresenta:

 

Ela vai chegando

No tic-tac do relógio

Vai se aproximando.

 

Agora sim

Luzes apagadas!

No palco?

Frias e tristes estradas.

Vazias e empoeiradas.

Apenas soluços ecoam

O

que tem para além da estrada

exceto o dia e a noite que vem?

O que tem?

O que tem para calar o soluço da noite que vem?

 

No teatro da noite.

No palco da vida.

A noite mostra as feridas

Do amor que não tem.

 

No teatro da noite

No palco da vida

Estradas se cruzam

Soluços se misturam

 

Abre-se às cortinas

É o espetáculo da vida fazendo amor

Fecundando dia e noite.

Lavando a dor.

 

Enide Santos 21/01/14

19/01/2014

Tudo vai ser silêncio

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Tudo vai ser silêncio
E eu não consegui te encontrar.
Jaz um amor que não teve começo
não teve meio
não teve fim
teve apenas uma longa espera
que findou-se no silêncio de mim.
Enide Santos 19/01/14







16/01/2014

Agrida-me




















Agrida-me com palavras de amor
Diga que não quer a minha vida
Que de mim quer apenas ardor

Diga que sem mim
sua vida não tem valor.

Agrida-me...!

Agrida-me com o olhar
Me olhe, me amando
Demonstre que já mais vai me deixar.

Grite...!
Grite comigo
Faça sons, faça bramidos.
Amor...
Amor...
Grite em meus ouvidos
Grite eu não ligo.

Agrida-me até eu não mais aguentar
e deixar você me amar
Agrida-me ate não mais resistir
Agrida-me ate seu corpo chorar em mim.


Enide Santos 15/01/14

12/01/2014

Amo você




















Sabe como amo você?
Amo essa sua forma de falar.
Amo o som da sua voz
O seu jeito de andar.

Sabe quando amo você?
Amo quando está comigo a caminhar
Quando a sua mão embrulha a minha
Como uma forma de me (se) completar.

Sabe onde amo você?
Amo você em qualquer lugar
Deitada na cama
Ou de pé no sofá.

Sabe por que amo você?
O porquê não é preciso saber
Amo porque amo
Sem existir um por que.

Enide Santos 12/01/14


Um punhado de pó















Vê quão perfeita me tornei
Quando teu olhar em mim guardei?
Olhe preste atenção!
Agora sou como uma inspiração.

Um punhado de pó
Contemplado pelo amor
Veja só, o que se tornou!
Um ser, um resplendor.

Não te apresses.
Permaneças em mim.
Logo saberá
Eu me escondo em ti.


Enide Santos 12/01/14

08/01/2014

Deitar e dormir

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Deitar...

Deitar e dormir

Dormir e não ser amada.

 

Adormecer...

Adormecer em meio a tantas dúvidas.

Acamar tantos porquês.

 

Aleitar...

Aleitar todo desejo.

Repousar todos os ensejos.

 

Derramar-me no leito

Até o amanhecer

Sem amor

Sem proveito

E pela manhã me recolher.

 

Enide Santos 09/01/14