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Quem sou eu?

Na verdade, não sei muito bem quem sou.

Sei que sou o que sinto, do tamanho do que sinto.

Sinto-me viver vidas alheias.

Sinto as dores de quem nem está sentindo, mas eu sinto.

Sou o correr de uma lágrima, antes mesmo de chorar.

Sou um aglomerado de emoções.

Sou lamentos dos meus sofrimentos.

Sou pensamentos e pensamentos.

Sou reflexo das minhas atitudes.

Sou momento.

Sou o esquecer e o lembrar.

Sou a indagação da vida, sou ferida.

Sou o defender, o acusar.

Sou o conhecer do eu diferente.

Sou valente.

Eu sou transformação.

Sou a pessoa mais solitária do mundo,

Mas que nunca fica sozinha.

Sou a pessoa mais forte do mundo.

Mas que está sempre com medo.

Sou o exaltar das minhas realizações.

Sou mãe, sou filha, sou avó.

Sou o encontro de mim, comigo mesmo.

Sou o que sou, me orgulho muito de tudo que sou.

Enide Santos

13/11/2016

A coroa do meu rei é de espinhos

















Desde sempre estava escrito
O senhor seria ungido.
A terra a semente agasalhou

Deu-lhe sustância, deu-lhe amor.
Pois adiante já se sabia
Que os seus espinhos
À coroa pertenceria.

Tudo estava sendo preparado
Cada galho, cada orvalho,
Até o vinagre que ali seria usado.

Então o dia chegou...
E a terra que a arvore moldou
Chorou.
Pois da sua semente fora feita
A cruz que o senhor carregou.

Tudo fora preparado
Terra, céus e mares.
Tudo fora com paciência forjado
Para exaltar ao senhor.


Enide Santos 01/02/15