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Quem sou eu?

Na verdade, não sei muito bem quem sou.

Sei que sou o que sinto, do tamanho do que sinto.

Sinto-me viver vidas alheias.

Sinto as dores de quem nem está sentindo, mas eu sinto.

Sou o correr de uma lágrima, antes mesmo de chorar.

Sou um aglomerado de emoções.

Sou lamentos dos meus sofrimentos.

Sou pensamentos e pensamentos.

Sou reflexo das minhas atitudes.

Sou momento.

Sou o esquecer e o lembrar.

Sou a indagação da vida, sou ferida.

Sou o defender, o acusar.

Sou o conhecer do eu diferente.

Sou valente.

Eu sou transformação.

Sou a pessoa mais solitária do mundo,

Mas que nunca fica sozinha.

Sou a pessoa mais forte do mundo.

Mas que está sempre com medo.

Sou o exaltar das minhas realizações.

Sou mãe, sou filha, sou avó.

Sou o encontro de mim, comigo mesmo.

Sou o que sou, me orgulho muito de tudo que sou.

Enide Santos

16/06/2015

Despida de ti
















Agora despida deste amor
Rumino o passado
Como um cão flagelado

Devolva-me a doçura que te dei
Não es digno de abrigar  
Nem mesmo de mencionar
As palavras que a te dediquei.

Restitua minha brandura
Com a ausência de tua figura
Afaste-se de mim
Es um abutre indigno e ruim

Distancie-se
Vá daqui
Vá para bem longe
Deixe de existir,
ao menos em mim.


Enide Santos 16/06/15

Venha comigo





















Venha comigo.
Desabe teus lábios sobre os meus
E nesta fomenta tortura
Não me firas
Não me cesses.

Venha comigo.
Deite-se em meu leito
Adormeça em meu peito
Entrega-te ao suave cheiro de meu amor
Delineia-me apossando-se de mim.

Venha...
Venha comigo!
Há em mim um abrigo
Com o solo restrito
Somente para ti

Venha não se abstenha!
Deixe-me te sorver
Destas horas insólitas
Destas floras tortas
De estes seu desvanecer

Venha meu amor
Venha deixe-me viver você.



Enide Santos 16/05/15

03/06/2015

Adeus






















O som do adeus pulsa
Forte como a eternidade
E suas mãos escondidas
Feitas de palavras
Insistem em me abraçar

De olhos fechados
Vais escrevendo em minha alma
O instante do fim
Marcando com o som do soluço
O tamanho da dor.

 Ah, o correr inflame das lágrimas
Não cessam este pesar!
Apenas anuviam o olhar
Pactuando, ferindo ainda mais
O momento do adeus.

Ah! Adeus a tua ternura
Ao teu capricho em me amar.
Adeus aos teus sons
Ao toque de teu olhar
Adeus...
Carne do meu ar.

Enide Santos 03/06/2015